A profissão de bombeiro civil, embora regulamentada e embora existente legislação estadual e municipal, em vários municípios, incluindo a capital gaúcha, que obrigue a contratação de profissionais para os diferentes tipos de empreendimentos e ocasiões, ainda há dificuldade de vermos cumprida, mesmo que de forma parcialmente suficiente. Tal questão é de grande preocupação pelo caráter prevencionista da profissão, o que abrange a segurança física das instalações, os procedimentos pessoais de segurança e a consequente proteção de pessoas, o atendimento à saúde com primeiros socorros em caso de sinistro, entre tantas diversas utilidades.

Tal fator se encontra absolutamente agravado nos tempos atuais, já que a existência de profissionais deste nível e preparo, ainda que em menor grau em diversos pontos comerciais diferentes traz um reforço inquestionável à segurança pública, muito embora nem sempre tenha tal reconhecimento. Porém, além de diminuir o impacto prevencionista, há um problema severo de sobrevivência dos profissionais do setor. Como dito acima, a contratação destes profissionais como empregados, orgânicos ou terceirizados ainda está muito aquem do mínimo necessário, porém essa é uma realidade que nosso mercado já conhecia.

Assim, os profissionais do setor viviam de complementar sua renda e inclusive financiar seus treinamentos constantes da realização de trabalhos como autônomos, através de contratação pontual principalmente para a cobertura de eventos diversos, os chamados “free lancers”, pagos ao final do evento geralmente. Porém, com o isolamento social não existem mais festas, feiras, ou outros eventos de porte que costumavam contratá-los. Sequer existem shopping centers com livre circulação de público, ou seja, ainda que empregados, os bombeiros não estão presentes no dia a dia das pessoas, não presencialmente.

Obviamente que tais profissionais, que antes raramente viviam com folga financeira, hoje passam maiores dificuldades. A FEBRABOM, enquanto associação que vive exclusivamente para eles, vem sendo obrigada a destinar parte de suas campanhas sociais, já tão reconhecidas pela sociedade, para que os irmãos prevencionistas, em especial os associados, sobrevivam. Isso mesmo, a FEBRABOM tem doado a eles também os alimentos arrecadados. É portanto a hora da sociedade reconhecer a importância destes que há tanto tempo assumem o protagonismo da segurança de forma silenciosa e porque não dizer, caridosa. Para tanto é mais do que necessário que a categoria demonste para a sociedade que existe e que está ali ainda, pronta para ajudar. É hora de trabalharmos em conjunto com a associação, com nossos irmãos, para que nossas vozes possam efetivamente ser ouvidas e para que possamos efetivamente angariar a ajuda que agora necessitamos. Isso tudo sem parar de prestar nossa habitual assistência à sociedade.

Missão heróica? Obviamente, mas sinceramente, nada que não estejamos acostumados!

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